“A Mulher que teme ao Senhor será Louvada”

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A DOR QUE JAMAIS QUERIA SENTIR

 Enfim ela chegou! Não que eu a quisesse, que eu a "esperasse" ou que a desejasse! Ela chegou devastando, arrasando e estragando todos pela frente. Mas O Senhor interviu, proveu e me capacitou para lidar com ela. A dor que jamais queria sentir chegou toda dona da situação. Mal educada. Horrorosa... A dor que jamais queria sentir, se fez e se faz presente. E toda e qualquer felicidade, alegria e sorriso em minha face que expresso a todos, vem do Meu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Só ELE para me fazer feliz de novo, me fazer sorrir e me alegrar a alma. Só ELE  pode "trazer à existência as coisas que não existem". (Romanos 4:17b) Percebi que nos momentos mais doloridos, nos momentos que mais me doe a ausência de meus pais o SENHOR me permiti sorrir muito mais e lhe cantar louvores e é um sorriso que vem lá do fundo e que eu não posso controlar. É Deus trazendo à existência, coisas que não existem! Deus seja louvado! 
Cinco dias depois do nascimento da minha filha, perdi um homem muito “importante” na minha vida aqui, o meu Pai, o senhor: Manuel Fernandes Filho. Ele era o tipo de pai que ensinava por sua própria vida, ele nunca foi de chegar para os filhos dar aulas e grandes sermões e dizer: “é isso, isso e isso! Ou mesmo bater ou disciplinar” Ele disciplinava com seus olhares para os filhos, especialmente para as filhas, as vezes eu preferia apanhar dele do que interpretar aquele olhar “terrível” sob minha pessoa. Ele era sempre tranqüilo,  de bem com a vida de bem com tudo e com todos. Não guardava mágoa das pessoas. Perdoava fácil e era capaz de estender a mão para o seu "inimigo". O Ademir que o diga, porque não precisou passar por ele na hora de me pedir em namoro. Embora ele tivesse um pouco de ciúme das filhas ele dizia que essa parte era com a minha mãe, e o ciúme dele se dava por ele temer, como todo pai cuidadoso que eu estivesse namorando escondido deles por aí como uma “qualquer”. Meu pai nunca foi de se preocupar ou mostrar preocupação nos mesmos problemas como a minha mãe. Acho que por isso ele chegou a viver 84 anos com uma saúde invejável e uma mente impecável. Eu fiquei muito arrasada porque não pude ir ao sepultamento dele porque quando estava no seu velório eu fiquei com as pernas tão inchadas e pesadas que  determinado momento não conseguia mais andar. Meu inchaço se deu por conta da minha cesariana. Eu precisava me deitar porque já não aguentava o peso do inchaço e caminhar havia se tornado difícil e fui para casa de uma irmã muito querida minha: A Sidnéia onde já estava a minha filhotinha Nathalia. Foi um momento muito difícil e inexplicável. Eu senti o mundo diferente. Parecia que aquele dia, não era um dia comum, normal e sim um grande sonho real. Às vezes a gente fica querendo acordar logo e se desespera, ou então, a gente fica tão calma imaginando que se trata de um sonho e logo vou acordar e vai ficar tudo bem e não é nada disso que estou vendo. Uma e outra pessoa vinham me dar os pêsames e para tentar consolar dizia: “Ainda bem que Deus levou seu pai e pra consolar te deu a Nathalia.” Mas a verdade é que não há nada que console perder um Pai ou uma Mãe, ou uma filha, ou um cônjuge, ou um irmão. Creio que apesar de se tratar de morte, creio que as dores em perder cada um destes sejam diferentes e não sei e nem quero saber qual das perdas devem ou doem mais.  E pra dizer a verdade a vontade que senti é de ir junto se fosse possível, porque a sensação que tive foi de que não iria conseguir sobreviver sem eles ou o que vou fazer sem eles agora? Eu me senti como se eu vivesse para eles e por eles, senti que depois do SENHOR, viver bem com meus pais, para agrada-los e honrá-los era vital para mim. Eu entendi que até nosso relacionamento era importante para mim quanto ao Senhor. Era como se eles me ajudassem a ser uma melhor filha e serva DO SENHOR. Eles eram meu termômetro que indicava para mim que eu estava agradando ao Senhor sendo a filha que Deus ordenou que eu fosse.  Tendo sempre meus olhos voltados neles querendo ser a "melhor" e a mais "bonita" para que eles se orgulhassem de mim, mas não pela minha própria pessoa, mas que eles se orgulhassem  de mim vendo na minha vida que pratiquei ou que cuidei em fazer tudo que eles me ensinaram e como me ensinaram. Eu queria que eles dissessem:  "Essa foi a filha que aprendeu a nossa lição; essa é a filha que pratica na  vida dela tudo que nós ensinamos"  Para que eles vissem em mim o quanto eu os amava, os respeitava e achava importante seus ensinamentos, suas correções, suas repreensões e disciplinas. Agindo assim eu estava valorizando e honrando eles. E eles viram isso em mim. DEUS SEJA LOUVADO! Ao perdê-los  eu me senti como se não fosse capaz de cuidar de mim mesma e da Nathalia sem eles aqui. E nada tem haver ganhar um filho e perder um pai. São comparações totalmente distantes, singulares. Perder um pai é como se você perdesse a sua identidade, tipo quem é você mesmo?  Sua referência, “Ah sei você é a filha do senhor Manuel?” O seu cartão de visitas, tipo: “certo, sei sim, você é a Rosana filha do senhor Manuel” Sua carta de referencias, tipo: “Por favor, receba, aceite e trate bem essa pessoa que ela é a filha do senhor Manuel homem bom” O seu rumo, “e agora pra onde vou quando precisar de conselhos? De um olhar "clinico"? De um abraço sincero? de um sorriso verdadeiro? De um olhar amigo?” Eu me sentia muito mais valente, corajosa para enfrentar tudo e todos porque eu me sentia cercada a nível universal tipo: “pode vir o mundo todo contra mim que meus pais são por mim”. Até quando adoecia os cuidados de minha mãe e a atenção deles parecia me restaurar a saúde rapidinho, pois eu sentia e via eles pedindo a Deus por minha melhora, como faço hoje com a Nathalia. E eu pensava: "como é bom  ter eles para pedirem a Deus por  mim.  E com isso de forma nenhuma estou desvalorizando O Meu Senhor e Salvador Jesus Cristo. “Eu sei em quem tenho Crido e estou bem certa de que Ele é Poderoso”.  É muito triste acordar todos os dias, e se dar conta de que não tenho os meus pais para me defender e brigar por mim, porque eles são as únicas pessoas depois do SENHOR que me conhecia muito bem e que se fosse necessário brigariam com tudo e com todos por mim e a meu favor. Perdi meu porto humano que naquele momento tanto eu queria. Pois eu queria muito ver como seria o relacionamento dele com a Nathalia, sua única netinha. Eu queria que o Ademir aprendesse com ele a ser um bom avô, já que ele ensinou ao Ademir como ser um bom sogro.  Quando se perde um pai, nada equivale, nada chega perto, nada é capaz de preencher o vazio que senti. E Só DEUS pode restaurar nosso coração de novo, nos animar a levantar, nos fazer sacudir a poeira e dar a volta por cima. E tentando dar a volta por cima depositei tudo de mim na minha mãe, a senhora: Josefa Anna Maria da Conceição Fernandes para que ela não sofresse tanto e se alegrasse um pouco com a única netinha dela. A Nathalia. Minha mãe me emocionou muito compartilhando comigo um pouco de tudo que ela havia passado junto com meu pai para criar os filhos. Para me criar. Minha mãe chegou até a pedir de porta em porta. Só mesmo ela pra fazer isso por mim. Ficamos mais amigas. Ficamos mais íntimas. Ela era minha conselheira. Ela me entendia. Ela me amava. Ela parecia descobri o que se passava comigo só de me olhar de longe. Eu pouco precisava falar pra ela. Ela descobria tudo. Era incrível. Ela não conhecia a Palavra de Deus, mas dava uns conselhos que eram uma bênção. As vezes eu me surpreendia e pensava: “será que eu escrevi na minha testa o que se passa comigo?” Não. É o dom de DEUS que Ele deu a todas as mulheres. Minha mãe apesar da pequena estatura era um mulherão de fibra, tinha pulso firme e forte, qualquer problema era com ela que resolvia. Ela que disciplinava os filhos. Ela estava sempre atenta a tudo e a todos. Queria sempre saber o que eu tinha, porque tinha, quem deu, quem não deu...Eu fui a filha que ela mais disciplinou, eu fui a filha que ela mais bateu e por conseqüência eu fui a filha que ela mais AMOU. Ela também ensinava por sua vida. Ela era bem reservada, não sorria para todos, não se dava a todos, não era simpática com todos, mas quem ela amava, ela se dava do fundo do seu coração para a pessoa, ela amava mesmo, ela seria capaz de fazer o impossível para agradar e ver bem aqueles a quem ela amava. Ela amava de uma forma que era capaz de mesmo magoada,  estender a mão e estava sempre pronta a ajudar. Ela era ciumenta também e não gostava que falassem de seus filhos e genro. Foi ela que o Ademir teve que encarar na hora de me pedir em namoro. E ela cheia de sabedoria me falava filha: “esse rapaz vai ser um bom marido.” O que amenizou um pouco mais pro lado dele, foi que ela o amava muito antes mesmo da gente namorar. E ela não dava uma folguinha pra gente. Estava sempre por perto cuidando de nós e se fazendo presente. As vezes eu precisava lembrá-la de que eu que era a filha dela e não o Ademir. Ela dizia que o Ademir não era o genro dela, era o outro filho que Deus deu a ela., e ela o tratava como um filho e lhe chamava de "meu filho". Estava sempre cuidando de nós dois. Ela dizia: “eu sei o que é namorar, eu já passei por isso.” O Ademir tinha hora pra sair da minha casa quando a gente namorava e se passasse cinco minutos ela dizia: “Ademir meu filho eu te amo, mas ta na sua hora filho pro seu bem, vá pra não ficar perigoso pra você”. Eu me sentia muito especial por ver a preocupação e o zelo dela com a gente. Quando a gente ia no Shopping me dava até “raiva” porque além da gente não ir sozinho o que também achava importante e necessário, pois nunca quis dar margem para que meus pais desconfiasse de nós. Tinha horário para voltar pra casa (dez da noite) e o Ademir não parava de olhar no relógio. A gente nem saia muito pra eu não pecar com a raiva que ficava dele, por ele não parar de olhar no relógio.  E ele era fiel e pontual com a minha mãe. E por isso, ela dizia que podia confiar nele. Ele adorava ganhar pontos com ela. Que delícia foi sentir esses cuidados! Quando saia da igreja ela sabia a hora e quanto tempo a gente gastava da igreja pra casa. E aí de nós se demorasse. Dormir na casa da namorada? Mas nem em sonho. O que vão pensar da minha casa, de mim e da minha filha?  Dormir na casa do namorado? Mas nem que a vaca tussa! A mãe que eu tive foi muito importante para que a gente conservasse e preservasse a pureza de nosso namoro. Mãe como a que eu tive é luxo. Só podia ser do SENHOR! Como ela ficou feliz com nosso casamento. Parecia até que era ela casando. Foi dificil deixar o meu lar paterno. Eu não tive coragem de levar minhas roupas antes do casamento quando estava arrumando nossa casa. Minha mãe parecia bem . Depois que a Nathi nasceu a gente estava compartilhando algumas fases difíceis que eu passaria com a Nathi e ela disse pra mim: "filha você quer ver coisa difícil e que dói muito é a filha sair de casa pra casar e você ver ela pegando tudo que é dela e indo embora." A isso entendi que ela sofreu muito quietinha, calada, como era bem dela fazer. Minha mãe era uma pessoa emocionalmente bem controlada,  equilibrada e forte. Ela fazia das tripas coração para que a gente não se magoasse em ver a dor dela que apesar de feliz chorava por dentro.  
 Fiquei muito triste que não observei a tempo de compartilhar com ela, o quanto ela estava sendo bíblica, e que mesmo sem saber ler, sem conhecer a Bíblia ela praticava exatamente os princípios que estão em Tito 2:3 a 5 que diz: “Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.” Foi bem isso mesmo que ela me ensinou;  ser uma boa dona de casa, bondosa, honesta, sensata, sujeita ao marido me ensinando a amar o marido e os filhos que eu vier a ter. DEUS SEJA LOUVADO!
Quando meu pai se foi doeu muito, mas eu pensei, graças a DEUS que ainda tenho minha mãe para andar de braços dados na rua com ela por aí, e para ver ela de vovó com a Nathi e para aprender com ela ser uma boa avó também, porque sogra eu aprendi e que venha o genro! Vou fazer como ela, ela amava tanto e tratava bem o Ademir que mesmo quando eu não queria ir na casa dos meus pais ele queria e tinha que ir lá. Ele sentia saudade do carinho e da felicidade dela ao ver ele. e ganhar um abração dela. Quando ele chegava lá ela dizia: "o meu filho de cá meu abraço que saudade..." Que genro não gosta disso? Com ela por perto foi mais fácil se levantar apesar da dor. Apesar de ás vezes querer fugir da minha mãe porque eu não conseguia vê-la sem o meu pai. Estava doendo vê-la sozinha sem meu pai. Até para nos falar ao telefone eu tinha que me policiar e tomar cuidado para não perguntar do meu pai. Houve dias que eu não queria ir á casa da minha mãe e saia da minha casa chorando porque eu não ia ver o meu pai. Porque eu não tinha mais ele para cumprimentar, pra sentar do meu lado, e pra tomar café da tarde comigo e comprar as coisas que a gente gosta e dar aquele sorriso lindo acalentador de pai orgulhoso.  Estando aqui na minha casa em outro bairro a minha dor era amenizada porque eu me enganava sonhando, imaginando que ele estava bem na casa dele com a minha mãe. Eu e  minha mãe estávamos nos curando da perda dele. A gente estava se ajustando, a família estava se virando. Meses depois fui arrasada com a pior noticia da minha vida, noticia que pra mim foi pior que a própria morte, soube do estado bem avançado de um câncer na mulher mais “importante” da minha vida, minha mãe. Essa notícia tentou me tirar qualquer força para continuar a cuidar da minha mãe. Só DEUS para me ajudar a assimilar toda a bagunça que virou a minha cabeça, porque o coração já estava em pedaços. Deus foi tão cuidadoso comigo que no dia em que eu saberia desta noticia horrorosa, Ele não me deixou sair de casa, Ele sabia que minha reação não ia ser das melhores para mim e para minha mãe. Até porque eu estaria conduzindo um veículo com ela e minha filhotinha. Eu acordei naquele dia 05/05/2009 com um terrível mal estar a ponto de não conseguir sair do banheiro e a Nathi minha bebê de um aninho vomitando o que tinha e o que não tinha, fiquei um pouco desesperada porque além do cansaço físico de estar pra lá e pra cá, todos os dias, e de estar cuidando das duas casas e das minhas duas meninas, e logo mais eu ia levar minha mãe ao médico pra gente saber dos resultados da tomografia e a gente não podia perder aquela consulta que já tinha sido adiada duas vezes. Por conta do meu "desespero" o Ademir que amava muito minha mãe, faltou no serviço para ir com ela ao médico e deixou nós duas em casa, passando mal, pois moramos longe das amigas e irmãs da igreja. Esperamos ele chegar para ir ao médico também. Na consulta ele soube da má noticia. Assim que ele chegou logo vi no rosto dele que a noticia não era boa. Ele tentou evitar, fugir de me encarar mas não deu. Ele me disse que o médico falou que minha mãe estava com um câncer bem avançado e que já havia se espalhado por VÁRIOS órgãos, chegando até os ossos  e que não era possível dizer sua origem e nem deu tempo de ficarmos sabendo. E agora como fazer para ir ao pronto socorro e ir correndo pra casa da minha mãe porque eu que estava cuidando dela? Como me segurar para não demonstrar toda minha tristeza e amargura com esta notícia? E como dar esta noticia horrorosa ao meu irmão solteiro que acabou de perder o pai também e ficou sozinho com a mãe, e para completar tinha acabado de terminar um tratamento de depressão e síndrome do pânico? SÓ JESUS NA VIDA. A gente tem que ter muito equilíbrio para suportar determinadas coisas na vida. E esse equilíbrio eu tenho No Meu Senhor Jesus Cristo. Que me garante que todas as coisas, sejam boas ou más, contribuem para o meu bem, e que Ele não me manda provação da qual eu não possa suportar. (Rm 8:28; I Cor. 10:13). Fomos ao pronto socorro pra saber o que estava acontecendo comigo e com a Nathi e... foi uma virose sem quê, nem por quê. Coisa de Deus como prefiro dizer! Foi difícil lidar e conciliar todas as coisas. Saber que ia perder minha mãe a qualquer momento, não importando o que eu fizesse por ela ou quanto fizesse, foi mais terrível do que a própria morte. Eu me sentia torturada, foi muito cruel!  E ao mesmo tempo era tudo muito estranho porque eu parecia não acreditar e não estar ouvindo nada do que os médicos falavam, Deus me permitiu ficar aérea para que eu pudesse seguir em frente, a fim DELE concluir seus planos. Eu só chorava quietinha em minha casa. Eu não acreditava que aquele mulherão firme, forte, valente, guerreira, trabalhadora, cheia de força, saúde, vigor e que com seus setenta anos dava um baile em mim na hora de trabalhar e cuidar da casa e de tudo,  estava sendo vencida por tal doença. Depois descobri que minha mãe estava se desdobrando para que eu não percebesse o quanto ela sofria e sentia dores terríveis. Ela não queria me preocupar e me dar mais trabalho como ela dizia.
Pude demonstrar para minha mãe tudo quanto ela significava pra mim e para minha família porque a gente quase mudou pra casa dela. O Ademir aceitava dormir na casa dela e se fosse maior acho que ele se mudaria com a gente pra lá. Pude dizer a ela que eu a amava muito. Podemos trocar confidências e pude sentir o quanto ela me amava e confiava em mim.   Se não fosse o SENHOR eu penso que eu teria definhado. E desde que minha mãe se foi eu tenho tido muitas noites de insônia. É difícil deitar no travesseiro e agradecer ao SENHOR por tudo e por todos e não me lembrar deles, é difícil a gente procurar  na multidão entre as pessoas aqueles sorrisos terno, doce, lindo e acalentador de Pai e de Mãe. Que saudade dos sorrisos deles para mim. Que saudades dos nossos risos juntos em casa com as brincadeiras, piadas e contos deles! É difícil não lembrar da nossa ultima noite juntas no leito do hospital com minha querida mãe, nossa última noite juntas foi no dia 12/06/2009 foi muito triste ver perder aquele colo quentinho, aconchegante e com cheirinho tão gostoso de Mãe. Mãe cheira muito bem. Foi muito triste ouvir ela dizer: “não me deixe se não eu morro”. Como se dissesse só você se importa comigo, só você vai brigar por mim. Foi muito triste ver aquele último olhar me pedindo socorro, dizendo: “tire esse homem daqui.” (o enfermeiro que dava banho nela). Foi muito triste, ouvi: “Sana eu te amo filha e quero que você cuide do seu irmão e não deixe ele sozinho”. Foi muito triste encontrar um médico que nada fez para amenizar a dor dela e disse: “esquece” "já era"!. Foi mais triste ainda eu passar a noite toda tentando dar o melhor de mim pra minha mãe ficar o mais confortável possível e uma senhora egoísta do lado me perturbando o tempo todo dizendo o tempo todo que eu deveria fazer para minha mãe uma mudança no plano de saúde para ela ficar num quarto só pra ela. Como se minha mãe que estava morrendo, agonizante, estivesse preocupada com ela que estava assistindo novela. Os gemidos de agonia da minha mãe estava atrapalhando ela. Graças a Deus eu tenho o Nome do Senhor a zelar senão ia dizer pra ela: “As incomodadas que vá, lá, na, administração e faça quartinho só pra elas” e ia dizer muito mais. Mas eu sei em quem tenho crido! Ainda bem que Sou do Meu SENHOR e o Meu SENHOR é MEU! Não posso negar de forma nenhuma que não cresci e amadureci. E sabe o que mais eu entendi? Que quando as lutas vem sobre os filhos de Deus ela só nos leva para mais perto DELE ainda e a minha dedicação em servi-lo ficou ainda maior e melhor. Pude aprender também que na vida existem coisas mais importantes para a gente se preocupar do que com futilidades. Aprendi que uma alma para o SENHOR, vale mais que o mundo inteiro. E isso faz toda a diferença.  Enfim um ano e dois meses depois de sepultar meu pai, lá estamos nós de novo, sepultando minha mãe. A dor de perdê-los não passou, não passa e não passará jamais enquanto eu viver. Creio que no tempo oportuno será amenizada, mas não esquecida. Não se esquece Pai e Mãe. E na verdade luto todos os dias com a verdade de que eles não existem mais. De que eles não estão mais aqui. De que não tenho eles para compartilhar das minhas alegrias e da minha vida. De que não tenho eles para deixar a Nathi. De que não tenho eles para mimar, ensinar, cuidar e “estragar” um pouco a Nathi.  De que não sairei mais para comprar presentes no dia dos pais para o meu pai, no dia das mães para minha mãe, nos aniversários, nos natais em família, no fim de ano juntos. No almoço aos domingos... não vou ter mais nenhum velhinho e velhinha pra andar de braços dados comigo na rua e me exibir com eles como eu fazia. As vezes gostaria de pular o bairro Jd. Ângela e já cair direto dentro da igreja,  e pra dizer a verdade as vezes sinto tudo muito pior de tanta saudade, de tantas recordações que nunca mais serão verdades. Todos os  finais de semana sofro muito por não ter mais a casa deles pra ir  e ir no Jd. Ângela pra mim é difícil pois tudo me lembra eles. Sempre estou muito bem na minha casa e evito até sair de casa, por causa do meu sonhar. Mas quando tenho que sair e estou indo a caminho do Jd. Ângela a grande tristeza me cerca de novo. Ás vezes fico tentando achar motivos pra esquecê-los um pouco, mas não dá. Eles formam meus pais e Jamais vou esquecê-los. Parece que eles entraram em meu coração e na minha mente e se inscreveram aqui dentro de mim. Ás vezes penso mais neles do que em mim mesma. E isso não é idolatria, é valorizar o homem e a mulher que DEUS me deu por Pai e Mãe. Em Provérbios esta escrito que: "a glória dos filhos são os pais" (Pv. 17:6b). Eu não imaginava que a saudade fosse um sentimento tão dolorido, que nos maltrata tanto e que nos faz sofrer tanto. Bem feito pra mim, eu achava que por já ter a minha família eu não ia sentir tanto a perda dos meus pais. Quanto engano! 
Isso serve principalmente para que eu sinta em minha vida o tamanho do estrago que o pecado causa em nossas vidas com essa separação terrível.   
Pais são presentes de DEUS na vida dos filhos, a glória dos filhos são os pais. E não podemos negar. Pais são as pessoas que mais nos ama no mundo, depois do SENHOR. Pais são as pessoas que sempre quer o melhor para a vida dos filhos. E meus Pais sempre foram para mim meu motivo de gratidão ao meu DEUS. E sempre agradecerei ao Meu SENHOR pelos pais que ELE me deu. Foram Pais especiais, pais sob medida. Pais que eu precisava ter. Pais que a cada dia que passa tenho, mais e mais certeza do quanto eles me amavam e dos seus empenhos para me preservar de tudo e de todos que fossem ruim. E falo com toda certeza do mundo, filho adotivo ama seus pais muito mais do que os verdadeiros. Pois eu sempre os amei muito e os respeitei muito porque eu pensava que eles fizeram por mim, o que os próprios pais não fizeram. DEUS SEJA LOUVADO.  
Hoje não só pela perda deles, mas também tenho estado triste em ver meu irmão sozinho agora sem nossos pais. Eu ao menos tenho minha família para me distrair e ajudar a seguir em frente  e já dói tanto, e sinto tanto, imagine meu irmão, sozinho. Oro por meu irmão todos os dias, pois agora ele deve estar muito horrível ao se sentir sozinho, pois ninguém mais se preocupa com ele no sentido de que horas ele vai chegar em casa e como vai chegar em casa, o que tem pra ele comer, vestir, usar. Outro dia ele confessou pra mim que vai pra casa só para dormir, porque ele não aguenta chegar cedo e ficar imaginando nossos pais ali conversando com ele. Ele agora não tem mais pressa de voltar pra casa. Agora ele não tem mais nossos pais para se preocupar com ele e defendê-lo. QUE O SENHOR Abençoe ricamente meu irmão. Ele é um bom homem. Sinto muito pelo meu irmão e gostaria de morar mais perto dele pra ele ter onde e com quem fazer as refeições. Ele come numa lanchonete ou na padaria. A última refeição dele em família foi á um ano e quatro meses atrás com minha mãe. Por favor, orem comigo pela salvação dele. O meu consolo é saber que nossa separação aqui é temporária, passageira, pois pra quem não sabe, minha mãe antes de falecer aceitou ao Senhor como seu Único e Suficiente Salvador e por isso eu irei vê-la novamente e desta vez será para sempre e nada e nem ninguém ira nos separar. Estaremos pra sempre juntas com todos os nossos irmãos em Cristo que também entregaram suas vidas ao SENHOR JESUS e lá seremos uma grande, linda e gloriosa família, adorando a Deus para todo o sempre. Quanto ao meu pai não tenho esta mesma certeza em vê-lo de novo, mas O SENHOR me consola dizendo que eu não sei da hora final do meu pai com DEUS e que no céu teremos muitas surpresas, e não posso julgar.  A morte é uma coisa bem devastadora, avassaladora, assustadora a tal ponto que quando ela vem a gente parece perder a noção das coisas. Hoje um ano e meio depois de sepultar minha mãe, eu fico me perguntando será possível que eles existiram mesmo? Será que é imaginação? Como pode Deus fazer alguém tão importante para outro alguém, e daqui a pouco não existir mais? Como alguém faz coisas tão lindas, é  capaz de tantas coisas boas e de repente, não existe mais? E a sensação que pareço ter agora é de interrogação, SERÁ?. Será que eles existiram mesmo? De qualquer forma nunca quis sentir essa dor terrível que sinto hoje. De qualquer forma tenho a dor que jamais queria sentir e está aqui em meu coração me maltratando. E Deus seja louvado porque Ele me faz repousar segura. Obrigada Meu SENHOR, pela tua grandeza em nos prover todas as coisas. Obrigada porque creio nos teus muitos milagres e entendo que a morte é mais um dos teus milagres, para nos transformar em pessoas perfeitas e aí sim poder viver eternamente.

Rô Santana     

2 comentários:

  1. Oi Rô!Puxa q lindo tudo isso q vc escreveu....
    Vc escreveu com a alma e confesso-te q derramei lágrimas,porq vivi quase o mesmo q vc...e até hj,10 anos depois,ainda sinto essa saudades q vc se referiu...e lendo,essa saudade foi apertando,apertando e ñ aguentei,minhas lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto..
    Sou filha adotiva e concordo plenamente como oq vc escreveu a respeito,pois meus pais sempre me amaram muito mais,o zelo e a preocupação eram muito maiores comigo,mesmo pq eu era a única mulher da casa,rs.
    Glorifico a Deus por sempre ter cuidado de mim,com aquele amor infinito,me colocando no seio de uma família q muito me amou!!
    Rô,que Deus continue cuidando e abençoando vc e sua família grandemente,mesmo sem conhecê-la,já amo muito vc em Crito Jesus!Estarei orando pelo seu irmão,pois sei q ñ é fácil o que ele deve sentir,toda perda é horrivel!Mas perder os pais,é como vc disse,parece q nós perdemos a nossa referência...
    Deixo essa palavra pra vc meditar :
    Nunca mais direi que “estou preocupado e frustado“ ,
    pois estou “lançando sobre ele toda a minha ansiedade, porque ele tem cuidado de mim“ .
    1ª Pedro 5:7
    Bjs no coração e fica com Deus!

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  2. Oi Rô muito obrigada pelo seu carinho e por suas palavras. Que bênção vc ser filha adotiva também. Viu temos mais uma coisa em comum. Vamos criar um blog para filhas adotivas? rsrsrsrsrsr; Rô foi muito edificante receber seu comentário e saber que não estou sozinha nesta dor, pois como falo no texto, sinto que filho adotivo sente muito mais e a dor não parece ser a mesma. Obrigada pelo lindo versículo e vou fazer como vc escreveu: Não vou estar mais "preocupada e frustrada". Valeu minha irmã. Deus te abençoe ricamente. Um super abração pra você e pra sua família. Deus abençoe e dê a vocês um final de semana muito abençoado. Fica na paz.

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Rô Santana