A compaixão na vida de Jesus
Jesus nos assegura pela fé e por meio do arrependimento
podemos participar no Reino de Deus. Somos chamadas a fazer parte desta nova
família no novo reino, onde há apenas uma lei inclusiva, a lei do amor – amor
que Jesus declarou no Sermão do Monte, amor que é o “...cumprimento da lei...”
(Romanos 13:10). Jesus ensina que a motivação que deve controlar as atitudes e
os comportamentos dentre os nascidos de novo deve ser a compaixão; o amor em
ação e o cuidado uns pelos outros.
Sendo o Deus encarnado – Filho de Deus e Deus-Filho –
Cristo reflete perfeitamente a natureza de Seu Pai, Sua santidade e essência
divina. Mesmo não tendo pecados, porém sensível aos seus efeitos, Jesus teve
empatia pelos pecadores que sofriam as consequências da transgressão dos primeiros
pais, e sempre os reconheceu como caniços
rachados espiritual e emocionalmente, à beira do colapso.
Jesus percebia que entre as multidões que se comprimiam
contra Ele havia almas cuja fé não ardia esplendorosamente, mas como um pavio
fumegante (Mateus 12:20). Sem severidade, Ele buscou fortalecer as canas quebradas e tornar em chamas os
pavios fumegantes. Um dos Seus versos favoritos do Antigo Testamento
enfatizava: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de
Deus, mais do que holocaustos” (Oséias 6:6). Jesus apropriou-se daquelas
palavras ditas por Deus para alicerçar a Sua compaixão, a qual violava a
tradição (Mateus 9:13; 12:7).
Em todos os momentos, Jesus sentia compaixão pelas
crianças e também pelas mulheres. Israel era uma sociedade patriarcal e restava
às mulheres a subordinação, o tratamento como seres inferiores aos homens,
social e espiritualmente. Apesar de divergirem entre si, os rabinos, os pais e
os maridos exerciam o controle sobre as mulheres, e era forte a crença na
inferioridade delas, expressada na oração oferecida pelos homens judeus: “Deus,
te agradeço porque não nasci cachorro; te agradeço porque não nasci gentio; te
agradeço porque não nasci mulher.” As filhas, em sua juventude, eram
frequentemente tratadas com desconfiança e receio, e supervisionadas para que
não evidenciassem falta de castidade. Entre outros costumes, a mulher era
objeto de troca do pai, ou do marido. Seu papel era ser dona de casa, ter
muitos filhos, e quanto mais os tivesse mais estimada seria.
Se a esposa desagradasse o marido, ele poderia
divorciar-se dela, mas à esposa não lhe era concedido o mesmo direito
(Deuteronômio 24:1-4). Se suspeita de adultério, poderia ser submetida ao
ritual da água amarga (Números 5:11-31), mas o marido era isento desse castigo.
Os cânticos e estribilhos eram exclusivos dos homens, as
mulheres os ouviam em lugares específicos na sinagoga. Somente os meninos
estudavam a Tora. Alguns rabinos
chegaram a declarar, “ É melhor deixar as palavras da lei serem queimadas do
que ensiná-las às mulheres...”. Para um culto ocorrer era necessária a presença
de dez homens; nove homens e uma mulher – seria impossível!
Jesus, sendo sensível às necessidades de homens e
mulheres, demonstrava a compaixão que não se restringia ao gênero e aos
preconceitos. Para realizar uma cura, Jesus se permitiu ser tocado por uma
mulher, sem sobressaltar-se, nem seguir a rotina de purificação prescrita.
A Palavra de Deus relata a história de mulheres tocadas
pelo amor e compaixão de Jesus.
·
Jesus fez a mulher doente por 12 anos
compreender a diferença entre a crença num toque mágico e a fé salvadora na
graça divina (Lucas 8:42-48).
·
Uma prostituta derramou oleio precioso
nos pés do Salvador e os lavou com suas lágrimas. Cheio de compaixão e ciente
de seu arrependimento e fé, Jesus defendeu este ato ousado e extravagante, e a
despediu com Sua bênção de paz (Lucas 7:36-50).
·
Jesus negou-se a participar do
apedrejamento da mulher apanhada em adultério, e agiu com piedade, tato,
justiça e perdão. Absolveu a transgressora de sua culpa, advertiu-a sobre
futuras tentações e a despediu para viver a vida transformada (João 8:1-11).
·
As viúvas em especial despertavam a Sua
compaixão. O Antigo Testamento determinava que as viúvas fossem tratadas com
bondade e respeito (Deuteronômio 14:28-29; 24:19-21; 26:12-13; Isaías 1:17;
Zacarias 7:10).
·
Quando uma mãe enfrentou a solidão e a
tristeza pela morte de seu filho, Jesus compadeceu-se (Lucas 7:13) e substituiu
a dor inconsolável por incontrolável alegria(v. 11-17).
·
Ao iniciar Seu ministério público, Jesus
referiu-se à viúva de Serepta, que contradizia os preconceitos dos ouvintes
(Lucas 4:25-26), pois também era suscetível à graça salvadora de Deus.
·
No poço de Jacó, Jesus deu um breve
curso de teologia a uma samaritana, espantando Seus companheiros
tradicionalistas ao falar com uma mulher em lugar público! (João 4:1-30).
Jesus
questionava o papel tradicional das mulheres, e Ele desafiou a tradição,
permitindo que elas o seguissem e participassem no sustento de Seu ministério
itinerante (Lucas 8:1-3). Ele as ensinava sobre a graça de Deus, com compaixão
individual e coletiva. Jesus dedicou Seu tempo às mulheres, instruindo Maria de
Betânia (Lucas 10:39), repreendendo Marta, a irmã de Maria, e ensinando a todas
nós que é melhor aprender sobre como viver no reino, do que preocupar-se com
tarefas domésticas.
Por meio da compaixão Jesus percebia
as necessidades das pessoas, não em categorias abstratas como masculino e
feminino, judeu e gentio, estrangeiro e cidadão, adulto e criança. Ele as via
como seres feitos à imagem de Deus, e potenciais membros da Sua família
espiritual. Jesus jamais tolerou o pecado, mas com amor, ofereceu perdão e
esperança àquelas mulheres que a sociedade desprezava como refugo moral. Compadeceu-se
das mulheres que, na maioria das vezes, experimentavam a negligência, o
desrespeito e a rejeição. Ainda hoje nosso Mestre – o Senhor Jesus, Filho de
Deus age da mesma maneira.
(Extraído
e adaptado do livreto A Compaixão de Jesus (YQ158) 2008 Ministérios RBC.)
Postado por: Rô Santana com autorização via e-mail da Editora: Publicações RBC.
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